Imagem retirada da net
Ainda me lembro das minhas primeiras aulas de piano, aos 7/8 anos de idade. Recordo-me da forma desajeitada com que no início posicionava os dedos nas teclas, da dificuldade com que tentava coordenar as mãos em movimentos não simétricos. Aí residia o meu principal problema: é bastante simples movimentar os dedos segundo um eixo de simetria virtual situado entre as duas mãos, mas a situação inverte-se totalmente se procurarmos executar o mesmo movimento com as duas mãos, uma vez que no que diz respeito à utilização do piano, para exemplificar, quando se pressiona uma tecla com o dedo mínimo de uma mão, na outra mão este movimento deve ser efectuado pelo polegar, e assim sucessivamente.
No único ano em que frequentei estas aulas, aprendi a ler partituras e a traduzi-las em som. Depois ingressei no ciclo, e o horário escolar deixou de ser compatível com esta actividade.
Não posso dizer que me arrependo, porque na verdade não tive um papel activo nesta decisão de abandonar as aulas. Na época nem me entristeceu, adorava brincar, e cada momento livre era dedicado a esta actividade.
Mas se não me arrependo, lamento bastante.
Apesar de nunca mais ter escutado tal melodia, nem tão pouco me recordar do seu título, ainda consigo trautear a música que durante muito tempo treinei a quatro mãos com a professora, naqueles finais de tarde junto à janela.
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. Epílogo
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