Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2007

Hoje vai ser rápido

Porque nunca fui pessoa de muita energia e nos últimos dias tenho dado o litro como já não me imaginava capaz de dar. É possível que a minha cabeça tombe para cima do teclado (vão saber que isso aconteceu se aparecerem a meio do texto muitos caracteres seguidos e sem nexo tipo istoooooooooooooooooooooooooooooxhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhffpppppppppppppppppppppp).

Posso referir o momento lúdico da minha semana, curiosamente proporcionado ontem por um professor da faculdade, que se propôs a conferenciar para uma audiência de alunos canadianos e portugueses sem saber falar um inglês minimamente aceitável. Depois de uma hora recheada de "permits", "bibliotecs" e outros constrangimentos que tais, percebi que ter a noção dos nossos próprios limites é uma protecção essencial, que nos poupa a muito embaraço alheio quando o nosso está extinto.

E pronto.

Basicamente, a mensagem subliminar deste texto é:

Estou viva.

Volto quando o tempo sobrar.

publicado por Incógnita às 22:43
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Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2007

Fascinante, misteriosa e encantadora

A minha colisão inesperada com a realidade das psicoterapias despertou-me para todo um mundo novo que a maior parte das pessoas desconhece. Nessa época eu pertencia à maioria desinformada, para quem a psiquiatria vive envolta num manto translúcido e é tida como um mundo sem retorno possível. Não compreendia que saúde física e saúde mental são realidades equivalentes e que tanto uma pode ser comprometida quanto a outra, sem que isso implique a perda do estatuto de pessoa absolutamente normal.

Durante muito tempo pesquisei bastante, não só sobre a minha realidade como sobre todas as doenças mentais mais graves. Percebi que, se porventura existir (algo de que começo a duvidar), a loucura não consiste em pensar de forma diferente mas sim em sentir de forma diferente. Ser louco é ter uma sensibilidade refinada à flor da pele. Percebi também que não existe uma fronteira clara entre saúde e doença, mas sim uma variedade enorme de tonalidades com subtis nuances entre um estado e o seu oposto.

Aprendi a ler sinais que antigamente julgava desprovidos de qualquer significado. Percebo agora facilmente o desconforto de alguém, sinto emoções contidas, adivinho mudanças de humor e antecipo exaltações. Nos outros como em mim mesma.

É um exercício de contemplação reconfortante.

publicado por Incógnita às 19:46
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Ready to jump?

I haven't got much time to waste
It's time to make my way
I'm not afraid I'll face
But I'm afraid to stay
I'm going down my own road
And I can make it alone
All work and no fighting
I'll find a place of my own

...

 

Hoje apetece-me andar assim.

Aos saltinhos.


publicado por Incógnita às 17:31
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Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007

...

Apesar de todo o sofrimento, de todo o desespero, e de toda a descrença que por vezes se apoderam de mim, sou obrigada a reconhecer que alguns aspectos positivos resultam do meu distúrbio.

A Ti:

Obrigada por todos os momentos de introspecção que me proporcionaste, por todas as horas de silêncio e de reflexão. Obrigada por teres iluminado algumas áreas obscuras do meu ser. Obrigada por me teres mostrado que existem sempre forças de reserva. Obrigada por me teres lixado os últimos anos, os últimos dias e as últimas horas.

Agora vai ver se eu estou na esquina, sim?

 

Atenciosamente,

A tua hospedeira.

publicado por Incógnita às 22:13
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Sábado, 17 de Fevereiro de 2007

Tenho um grito

Preso na garganta,

Que cresce todos os dias e me afoga.

Sou embalagem de um lamento agudo,

E temo existir somente para o conter.

Não quero nada.

Nada.

Que não paz.

 

publicado por Incógnita às 12:18
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Quarta-feira, 14 de Fevereiro de 2007

Quando a cabeça não tem juízo

O corpo é que paga.

Um dia o meu vai mandar-me passear, sem ele. Só espero que não seja hoje. Não sei qual seria o resultado se agora fizesse uma análise ao sangue, palavra de honra.

Apesar de saber que são erros deliberados e "autorizados" para evitar males maiores, a razão teima invariavelmente em colocar-me perguntas cheias de rasteiras, questões matreiras de carácter dúbio e interrogações com apenas uma resposta possível que na maior parte das vezes tento silenciar, nem sempre com sucesso.

Como agora.

Porque se antigamente acreditava tratar-se isto de um estado passageiro, agora já não sei.

Porque se antigamente imaginava que tudo seria rápido, agora sei que não foi nem será.

Porque antigamente acreditava ser possível vencer, e agora já não sei se isso corresponde à verdade.

Porque perdi mais do que alguma vez imaginei perder - anos preciosos de uma juventude que poderia ter sido feliz.

publicado por Incógnita às 14:54
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Domingo, 11 de Fevereiro de 2007

Somos um povo coerente e um tanto ou quanto estúpido

Teme-se que a abstenção neste referendo atinja os sessenta por cento.

Eu não sei muito sobre política mas parece-me de uma grande coerência que num país onde um ex-ditador é sério candidato ao título de maior figura nacional de sempre, os eleitores se recusem a votar.

Somos uns imbecis cheios de  sensatez.

publicado por Incógnita às 17:52
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Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2007

Sim

Claro que voto SIM.

Porque sou pelo respeito;

Sou pelo amparo;

Sou pela dignidade;

Sou pela vida.

Porque as mulheres escolhem sempre o melhor;

Porque respeito o género feminino;

E porque esta é a única opção sensata num tema que não reúne consensos.

Se muitos não chegam a uma verdade inquestionável, cada um deve ser livre para agir de acordo com a sua vontade.

Por isto voto SIM.

publicado por Incógnita às 14:29
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Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2007

Invernia

Estive cinzenta, escura e pesada durante todo o dia.

Chovi, semeei ventos sem norte e colhi tempestades transbordantes de copos vazios.

Sou cinzenta, escura, pesada.

E anoiteço, levando pela mão a mágoa e o desgosto.

publicado por Incógnita às 20:39
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Um copy / paste irreprimível

"Deus teve um one night stand com o mundo. Depois, ao sair, em silêncio, deixou a Bíblia à laia de post-it junto ao telefone. Desde então que a espécie humana, como qualquer outra amante abandonada, lê e relê o bilhete procurando, sedenta, uma pista nas entrelinhas, um código hipotético para o pretenso reencontro."

 

Daqui: http://oboato.blogspot.com/


publicado por Incógnita às 20:28
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Obstinada em encontrar-se... Dentro de si própria.

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