Domingo, 4 de Março de 2007
- Olha, tu lembras-te do Zé, que no ano passado teve algumas disciplinas com a nossa turma?
Eu: - Lembro-me.
- E fizeste algum trabalho de grupo com ele, ou por acaso tens algum trabalho dele guardado no teu cacifo?
Eu: - Não, mas sei que o Ricardo tem. Porquê?
- A professora Mariana está a tentar recolher todos os trabalhos dele para entregar aos pais. Ele morreu.
Eu: - Desculpa?
- Ele morreu. Não sei como, a professora só me disse que os pais dele queriam os trabalhos. Ela também não sabia ao certo o que aconteceu quando falou comigo.
...
O Zé passava dos trinta. Comentava-se secretamente que sofreria de algum atraso mental, pois tinha dificuldades evidentes a todos os níveis. Interrogavamo-nos sobre como ele teria conseguido entrar na universidade, já que as suas classificações eram muito abaixo da média e não aparentava ter as capacidades intelectuais suficientes para prosseguir.
Chamava-se Zé, e já não voltará a aparecer por lá.
De
Joana a 5 de Março de 2007 às 22:21
(Só consigo dizer:
"Jamie was sad last week after Lisa ran away, so she hung herself with a volleyball net."
...
"Tell them this world is full of danger.")
This world is full of danger.
Resta saber se o de dentro ou o de fora.
De
Joana a 7 de Março de 2007 às 19:01
A segunda frase tirei-a de uma música de Nick Cave - The Kindness of strangers (http://www.lyricsdomain.com/14/nick_cave/the_kindness_of_strangers.html)
sendo a parte que mais me intriga, e a de que mais gosto, esta:
"So mothers keep your girls at home
Don't let them journey all alone
Tell them this world is full of danger
And to shun the company of strangers"
porque quer dizer muita coisa.
Quanto ao perigo estar no mundo interior ou no mundo exterior, no Livro do Desassossego aparece qualquer coisa como:
Se é a tua imaginação? Claro que é a tua imaginação! O mundo é a tua imaginação, já te esqueceste? (Não tenho a certeza de as palavras serem exactamente estas, mas a ideia é o que áqui está.)
(Isto tudo é muito, muito mais do que se possa querer pensar...)
De menina sem nome a 7 de Março de 2007 às 19:02
Uma vez comentaste o meu blog e a partir dai passei a ler o teu todos os dias. Faz parte da rotina.. bjs*
Joana: não conheço a música em questão, mas estou a considerar seriamente conhecer. E quanto ao livro do desassossego, vou na 3ª página: promete.
Menina sem nome: obrigada pelas tuas visitas. A verdade é que também eu continuo a visitar o teu blog e a acompanhar a tua situação. Um beijinho, e és bem-vinda.
De
Joana a 7 de Março de 2007 às 19:51
É muito bonita, boa consideração.
Quanto a isso, vejo-lhe uma lógica diferente. É como se fosse uma Bíblia: abre-se numa página qualquer, lêem-se umas passagens ao Domingo... Quer dizer, não vejo o Desassossego como algo para ser lido a eito. Prefiro assim, eu.
(Não sei que edição tens, mas se for a da Assírio Alvim, de capa dourada, aconselho-te, sim, a leres o prefácio.)
Promete, claro que promete. Promete tanto. (Vais passar a ver menos segredos e mistério em ti... prepara-te.)
De
Joana a 7 de Março de 2007 às 19:57
(Eu vou-te colocar a música aqui, para que possas fazer download. Uns minutos.)
De
Joana a 7 de Março de 2007 às 20:05
Espero que consigas:
http://download.yousendit.com/F0C14724371DA843
Joana, não faço ideia de como o conseguiste, mas a verdade é que está a tocar no meu computador. Não conhecia este tipo de programa. Muito obrigada!
"What a kindness from a stranger!...."
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